Tropicalismo
O documentário nacional Tropicália chega aos cinemas nesta sexta-feira (14/09). O filme de 82 minutos do diretor Marcelo Machado revisita o movimento cultural encabeçado por Caetano, Gil, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes, Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias e pelo poeta Torquato Neto (1944 – 1972) no final da década de 1960 no Brasil.
O filme abriu a edição de 2012 do tradicional festival de documentários É Tudo Verdade, onde ganhou o Prêmio Especial do Júri no 8º International Music & Film Festival (JIMFF), na Coreia do Sul. Além disso, o longa foi exibido em festivais como Telluride Film (EUA) e San Sebastián (Espanha).
LP Manifesto "Tropicália ou Panis et Circencis
Caetano e Gil causaram grande impacto em suas apresentações no III Festival Música Popular da TV Record , no ano de 1967. Ali, foram lançadas as bases para o Tropicalismo em sua versão musical - um movimento que mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais daquela época, como correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o Rock e o Concretismo). A tropicália surge em um contexto politico de profundas transformações políticas e culturais marcadas pela resistência à ditadura militar. A Tropicália mesmo sendo um movimento de caráter cultural não deixou de ter um caráter político com sua estética e comportamento que subvertia à ordem exigida pelo sistema.
Em maio de 1968, começaram as gravações do álbum que seria o manifesto musical do movimento, do qual participaram artistas como Gal Costa,Nara Leão, Os Mutantes,Tom Zé - além dos poetas Capinam e Torquato e do maestro Rogério Duprat (responsável pelos arranjos do LP).
A primeira música do álbum é "Miserere Nóbis", de Gil e Capinam. Na seqüência vem "Coração Materno" - canção até então considerada de mau gosto. A faixa-título é interpretada pelos Mutantes, com sinais nítidos do conjunto: a psicodelia. "Baby", grande hit deste álbum, foi cantada por Gal Costa.
O LP foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o segundo melhor disco brasileiro de todos os tempos.
O endurecimento da repressão apartir do AI-5 levou Caetano e Gil a saírem do país e os que ficaram sofreram com a perseguição e censura. Mesmo sem os seus líderes o movimento teve forte influência em artistas da geração pós tropicalismo como Sérgio Sampaio, Raul Seixas, Jards Macalé, Luiz Melodia, entre outros.
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Enquanto não temos o documentário disponível na íntegra, postamos aqui o programa Som do Vinil, do Canal Brasil, apresentado por Charles Gavin, especial sobre o disco Tropicália, lançado em maio de 1968. O programa foi realizado esse ano e é dividido em duas partes. A partir de entrevistas com eos protagonistas do movimento, como Caetano, Gil, Tom Zé, Capinam, podemos conhecer um pouco da origen e história de um dos mais significativos movimentos culturais da história do Brasil.
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