sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Aguapé

Fágner, Maria Alcina e Belchior no VII Festival Internacional da Canção de 1972


 "Aqui os mortos são bons,
pois não atrapalham em nada;
pois não comem o pão dos vivos,
nem ocupam lugar na estrada...


...E não acontece nada, absolutamente nada...


Um grande clássico do menestrel Belchior, gravado com Fagner em 1979
Aguapé ( Belchior)


"Caminheiro que passas pela estrada,
seguindo pelo rumo do sertão
quando vires a cruz abandonada,
deIxa-a em paz dormir na solidão".


"Que vale o ramo do alecrim cheiroso
que lhe atiras nos seio  ao passar?
Pra  espantar o bando buliçoso
das borboletas, que, lá vão pousar.


Esta casa não tem lá fora;
a casa não tem lá dentro
seis  cadeiras de madeiras,
uma sala, a mesa ao centro.


Rio aberto, barco solto,
pau-d'arco florindo à porta,
sob o qual, ainda há pouco,
eu enterrei a filha morta.


sob o qual, ainda há pouco,
eu enterrei a filha morta.

Aqui os mortos são bons,
pois não atrapalham em nada;
pois não comem o pão dos vivos, 

nem ocupam lugar na estrada...
 

 "pois não comem o pão dos vivos,
nem ocupam lugar na estrada.

Nada,
Nada, nada.
Nada, nada, nada.
Aqui não acontece nada, não.
Nada.
Nada, nada, nada.
Absolutamente nada....
 

E o aguapé, lá na lagoa,
sobre a água nada
e deixa a borda da canoa
perfumada.
 

É a chaminé à toa
de uma fábrica montada
sob a água, que fabrica
este ar puro da alvorada.



Nenhum comentário:

Postar um comentário